Trabalhar a sensualidade pode melhorar o sexo; veja dicas e caminhos | O TEMPO

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Ser fotografada em poses sensuais sempre foi um desejo da professora Fernanda*, 31. Ela contratou uma fotógrafa para fazer as imagens, mas, na data marcada, não estava se sentindo bem consigo mesma. Mas a professora não se deixou abater. Exatamente por não estar em uma boa fase, não desistiu de ser clicada, e o resultado foi melhor do que esperava. “Gostei tanto que isso acendeu minha autoestima”, relembra.

Estando em um relacionamento há 17 anos, entre namoro, noivado e casamento, a decisão de fazer as fotos passou longe de atender aos desejos do marido: ela queria satisfazer a própria vontade. E, dessa forma, mesmo que inconscientemente, Fernanda traçou um dos vários caminhos possíveis que levam à sensualidade. “Quando uma pessoa sabe o que dá prazer a ela, e digo não somente sobre questões sexuais, mas na vida, de modo geral, ela entende as próprias emoções. A sensualidade está mais ligada a posturas internas do que a qualquer outra coisa”, avalia a psicóloga e sexóloga Bruna Belo. “Acredito que, quando estamos nos sentindo bem, a sensualidade é consequência”, concorda a professora.

E entender os próprios desejos é um passo fundamental para um sexo mais prazeroso e satisfatório. Quando um corpo se encontra com o outro no ato sexual, junto da busca pelo gozo, há também inseguranças e medos. Trabalhar a sensualidade é uma das maneiras de deixar as neuras de lado para uma transa confiante e bem realizada. Mas como conseguir trabalhá-la? Antes de qualquer coisa, é preciso entender que esse conceito nada tem a ver com padrões preestabelecidos. “Tem-se uma visão estereotipada de que ser sensual é ter um corpo padrão ou ser sexy. Mas isso não encontra verdade, porque uma pessoa pode ter um padrão estético e estar completamente infeliz com ele. A sensualidade está ligada ao autoconhecimento, não a questões externas”, avalia Bruna.

Entendido isso, há algumas maneiras de despertar a sensualidade, por mais que “não exista uma fórmula”, como alerta Bruna. “Primeiro, é preciso entender o que uma pessoa considera sensual. É um abdômen ‘tanquinho’? É ver alguém preparando a própria comida? É uma dança?”, questiona a psicóloga. Para Fernanda, por exemplo, atitudes importam mais do que aparência física. “A sensualidade entre nós (ela e o marido) está nas pequenas coisas, como um café da manhã especial, um beijo antes do trabalho, uma mensagem carinhosa durante o dia. Sabe aquela analogia de que mulher é como fogão a lenha, que você vai acendendo o fogo o dia todo? É a mais pura verdade”, comenta Fernanda. 

A sexóloga ainda dá uma dica. “É legal perguntar às pessoas próximas o que elas acham de interessante em você. Assim, você vai enxergar suas próprias qualidades e entendê-las. Costumamos focar só os defeitos e, fazendo isso, não vamos achar nada de bom”, pondera Bruna. O autocuidado também faz parte do trabalho para o desenvolvimento da sensualidade, e Fernanda está sempre de olho nisso. “Gosto de ter momentos sozinha, e a sensualidade também tem a ver com o autoconhecimento. Um banho demorado, passar um creme, cuidar de mim mesma. Amo arrumar o cabelo, fazer as unhas. Isso é tudo para mim, e o marido gosta também, é claro… Os dois saem satisfeitos”, aponta a professora.

Diálogo é a chave para sensualidade a dois

Após conhecer os próprios desejos, é hora de trabalhar a sensualidade com o par romântico. O diálogo é a chave para uma vida íntima plena, e estar atento aos desejos do outro é primordial para uma relação sexual prazerosa. “Deve-se estar aberto para ouvir o que o outro tem a dizer sobre os próprios desejos e também comunicar as coisas de que gosta”, indica Bruna.

“Existem dois tipos de desejo, o espontâneo e o responsivo. Esse último vem por meio de estímulos, não somente sexuais, mas são construídos ao longo do dia. Quando se está junto há muito tempo, existe a falsa impressão de que você já conhece tudo do outro, mas as vontades mudam. É legal, por exemplo, tirar um dia da semana como o (dia) do casal, no qual não haverá necessariamente sexo, mas em que ambos façam coisas juntos, como um jantar especial ou um café da manhã”, sugere a sexóloga.

A professora, aliás, aplica as sugestões da psicóloga no relacionamento. “Eu acho importante sempre conversar quando sentir que o relacionamento está esfriando de um dos lados, e tentar ficar atento, porque a correria do dia a dia pode levar a um desinteresse mesmo. Por isso, é fundamental tentar ter tempo de qualidade com a pessoa que ama e sempre perguntar as coisas. Afinal, ninguém é adivinha”, reflete Fernanda.

Por fim, estar aberto a experimentações na cama também serve de combustível para um bom sexo. “É legal experimentar até para saber se é algo bom ou não. Lembrando que, deixando de lado o moralismo, ninguém é obrigado a fazer algo de que não gosta”, acentua. Como exemplo para ousar na cama, ela indica brincar com as sensações, como deixar o ambiente cheiroso ou explorar o corpo do parceiro e ir percebendo do que ele gosta.

*A personagem preferiu não se identificar

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