Dente de onça, chifre de rinoceronte e mais: crença em afrodisíacos motiva caça e tráfico de animais

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As barbatanas encontradas são de tubarões azul e anequim, também conhecidos como Mako, que entrou na lista de animais ameaçados em extinção em 22 de maio. Barbatanas de tubarão apreendidas em Santa Catarina — Foto: IBAMA/Divulgação Essa prática é tão comum que tem até um nome, Shark Finning, que nada mais é do que a remoção das barbatanas dos tubarões e a devolução deles para o mar. Geralmente, o tubarão é jogado ainda vivo de volta para a água. Como ele não consegue nadar sem as barbatanas, afunda e morre. — Paulo Jubilut, biólogo e mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental Outros animais também são alvo de tráfico sob diferentes pretextos: Uma onça-pintada no Pantanal mato-grossense, em setembro de 2020. — Foto: Leandro Cagiano/Greenpeace Além das presas, as onças são caçadas por seus ossos, pele e órgãos genitais, que são usados ​​na medicina chinesa tradicional ou como amuletos ou joias. “O que foi o precursor (na caça das onças foi) a crença dos chineses (no poder afrodisíaco dos tigres). Conforme os tigres foram ficando escassos, começou esse tráfico de partes das onças para serem mandadas lá pra China, com o propósito de consumo para esses fins absolutamente fictícios e zero científicos”, comenta Lilian Rampin, bióloga da Associação Onçafari. Rinoceronte negro, no Parque Nacional do Serengeti, na Tanzânia — Foto: Globo Repórter Rinocerontes são caçados e têm seus chifres serrados e vendidos, principalmente, para a Ásia. Os consumidores vietnamitas, tailandeses e chineses atribuem ao chifre propriedades afrodisíacas e médicas, em particular contra o câncer. Elefante no Parque Nacional do Serengeti, na Tanzânia — Foto: Globo Repórter Elefantes são mortos para que seus enormes dentes de marfim sejam usados, principalmente, para a produção de esculturas e artesanato. Pangolins in Crisis (Pangolins em Crise) por Brent Stirton ganhou o prêmio na categoria ‘Mundo Natural e Vida Selvagem’ — Foto: Brent Stirton/Sony World Photography Awards 2020 Os produtos com as escamas do animal também são vendidos como cura para tudo, de câncer à acne, passando por deficiência de leite materno. Impacto na conservação das espécies A quantidade de animais retirados da natureza para venda ilegal interfere no status de conservação das espécies. Entre os principais alvos estão as aves, onças, macacos, cobras, tartarugas, peixes, insetos e aranhas. Veja os “motivos” do tráfico, segundo o Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres): Aves Além do comércio ilegal do animal vivo, os traficantes comercializam as penas, couros, ovos e outras partes das aves. Répteis A pele dos répteis traz retorno aos traficantes. As peles de crocodilos, cobras e lagartos são utilizadas em sapatos, bolsas, roupas, malas, cintos, pulseiras de relógios. Os répteis também são comercializados no mercado “pet”, de animais de estimação. A jiboia, por exemplo, é a cobra mais popular como “pet” nos Estados Unidos. Felinos Tipos de tráfico Animais para colecionadores particulares: quanto mais raro for o animal, maior é o seu valor de mercado. Animais para fins científicos: espécies fornecem substâncias químicas, que servem como base para a pesquisa e produção de medicamentos. Animais pet: modalidade que mais incentiva o tráfico de animais silvestres no Brasil. Produtos de fauna: couros, peles, penas, garras e presas são vendidos para o mercado de moda e souvenir para turistas.

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