As novas formas de se relacionar, potencializadas inclusive, pela pandemia e o isolamento social, demonstram que os impactos psicológicos positivos destes, podem e devem deixar de ser um tabu em dias atuais. Praticar atividades sexuais seguras é o que todos buscam. E o sexo virtual ou a masturbação estão aí para mostrar que isso é possível e saudável.
A sexualidade é uma fonte de prazer de extrema importância para a humanidade. O alívio das tensões se dá, pois, o orgasmo é uma espécie de descarga que libera substâncias como a endorfina, serotonina, dopamina e ocitocina. Cada uma delas provoca estímulos diferentes em nosso corpo proporcionando diversos benefícios. Estimulado, o cérebro reage com sensações de bem-estar, de conforto, melhoria do estado de humor, através de uma elevada produção hormonal e, consequentemente, alcançando o tão desejado relaxamento e trazendo o alívio da tensão cotidiana. Além disso, podemos perceber uma melhora no poder de movimento, na atenção e na memória. Ganhos psíquicos adquiridos através do sexo que também contribuem para a ampliação da visão, da audição e do aumento das células de defesa, auxiliando assim, o aumento da imunidade.
Nos últimos tempos, tornou-se comum casos de solteiros ou casais que vivem distantes por algum motivo, recorrerem à masturbação, ao sexo virtual ou ao “sexting” (trocas de mensagens sexuais), como maneiras de contenção da abstinência sexual. Por sermos seres afetuosos, a privação de atividades prazerosas dos contatos físicos e a repressão do tesão, tendem a aumentar a sensação de solidão, abalando a autoestima e fragilizando as concepções afetivas do indivíduo.
A solução pode estar nessa exploração do prazer individual, que ajuda a aliviar a tensão momentânea, uma vez que a energia sexual exercida sem culpa e sem tabus, contribui para uma mudança crescente de nossa visão da intimidade. A materialização dos desejos e fantasias através da utilização de ferramentas tecnológicas ou da descoberta individual de seu corpo e de suas sensações, não apresenta qualquer contra indicação. Mas devemos ter a plena consciência de que nada supera o calor e o contato humano. Além disso, o sexo virtual requer precaução e segurança no ambiente da internet. A masturbação e o sexo on-line são opções que descomplicam a forma de se relacionar à distância. Ajudando a não surtar, aumentando a autoestima e estimulando o autoconhecimento do corpo e de suas emoções. Mas, não se pode transformar esse prazer solitário em sua forma única de relacionamento, eliminando a possibilidade de se obter prazer através do contato físico com o outro. É muito importante não substituir 100% o contato real pelo virtual. Além disso, a prática compulsiva não é recomendada e devemos estar atentos ao fato de que todo e qualquer tipo de excesso pode ser prejudicial.
Portanto, a busca pelo relaxamento e a descarga da tensão são essenciais para aliviar o estresse, a angústia, as frustrações e a sensação de isolamento. Permita-se sentir desejo. Desejar e se sentir desejado, sem culpa. Explore fantasias e entenda o sexo como um mecanismo de auxílio de seu bem estar e de sua satisfação. Elimine os tabus e os preconceitos. Masturbe-se ou faça sexo virtual, com consciência, cautela e responsabilidade. Descobrindo assim, novas maneiras de vivência do prazer íntimo e pessoal.
Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista
Pós-graduada em Administração Hospitalar e Psicanálise e doutora em Psicanálise Contemporânea. Possui especialização em Psicopedagogia e Inclusão Digital. É também graduada em Letras e Administração de Empresas, palestrante, membro da Academia Fluminense de Letras e escreve para diversos veículos. Na pandemia, criou no Whatsapp o grupo Reflexões Positivas, para apoio emocional de pessoas do Brasil inteiro.
Um comentário em “A importância do sexo virtual e da masturbação”