Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online.
Como superar a carência afetiva e ter relacionamentos saudáveis
A carência afetiva é um problema emocional complexo. A pessoa carente raramente consegue o que deseja (o afeto) de maneira apropriada. Assim, se torna ainda mais necessitada pessoas abusivas da atenção e afeição do outro, vivendo em uma espécie de ciclo sem fim.
A carência em excesso pode ser perigosa. O indivíduo carente pode aceitar ser mal tratado por pessoas abusivas para sentir-se amado. Mesmo logicamente sabendo que aquele tipo de tratamento não é digno, inventa histórias para justificar as atitudes grosseiras dos outros.
Você provavelmente já deve ter ouvido falar de casos em que a pessoa se recusa a deixar um(a) parceiro(a) abusivo(a).
Por outro lado, o indivíduo pode ser o abusivo ao colar na outra pessoa. Ligações de madrugada, crises de ciúmes, chantagem emocional e necessidade de controlar cada passo da outra pessoa são algumas das condutas nada apropriadas do carente afetivo.
Como resolver esse problema? Vamos ver neste post!
O que é carência afetiva?
A carência afetiva caracteriza-se por uma dependência acima do normal de outra pessoa. O indivíduo carente sente que precisa do outro para ser feliz e sentir-se amado. Por isso, aceita qualquer tratamento, bom ou ruim, por medo de ficar sozinho. A submissão é um fator muito presente nessa condição.
Mesmo quando o parceiro demonstra gostar da pessoa por meio de ações ou palavras, ela não acredita totalmente. Sente-se bem de início, mas logo a necessidade de sentir-se apreciada retorna e ela fica insegura. Esse ciclo emocional nunca cessa, o que pode deixar ambas as pessoas do relacionamento emocionalmente exaustas.
Na verdade, o que o carente afetivo realmente busca é suprir um vazio emocional que não foi preenchido durante a infância (muito provavelmente) ou na adolescência. Uma desilusão amorosa muito grande, como uma traição, também pode deixar sequelas emocionais.
Ser carente não é, de fato, um problema. De vez em quando, as pessoas sentem o desejo e a necessidade de estarem com outras romanticamente. Namorar é gostoso, divertido e muito bom para a saúde mental. O problema se dá quando a carência é demasiada.
Sintomas da carência afetiva
São variados os sintomas da carência afetiva. Veja-os abaixo e confira se você consegue perceber alguns deles em seu comportamento:
Submissão às outras pessoas;
Medo de ficar sozinho ou de ser abandonado subitamente;
Ciúme excessivo;
Sentimento de inferioridade e baixa autoestima;
Necessidade de confirmação do sentimento de amor da outra pessoa;
Viver em função da vida do outro;
Falta de individualidade;
Crença de que apenas será feliz com o parceiro;
Dependência do parceiro para tomar decisões e traçar objetivos;
Busca por comportamentos ou palavras que podem indicar falta de afeição do parceiro;
Insegurança;
Dificuldade para controlar emoções; e
Dependência emocional.
Como surge a carência afetiva
A carência afetiva é resultado da falta de carinho. Este, por sua vez, é muito importante para o desenvolvimento dos seres humanos. Uma criança que não recebeu a quantidade adequada de afeição ou cuidados dos pais pode se transformar em um adulto emocionalmente desequilibrado.
Esse adulto pode desesperadamente buscar fontes de amor fora do seio familiar, não compreender sinais claros de carinho e da falta dele e/ou não saber como expressar as suas emoções de maneira saudável. A conduta “grudenta” e ansiosa do carente afetivo pode deixar os parceiros exaustos, e incentivar a sua partida.
Pessoas cujo longo relacionamento acabou abruptamente ou em virtude de acontecimentos muito estressantes, como uma traição ou a morte do parceiro, também podem se tornar muito carentes e ter dificuldade para encontrar novos parceiros.
A pessoa carente pode compreender que seu comportamento não é muito saudável. Como a baixa autoestima anda junto com a carência afetiva, ela pode se recriminar por ter uma necessidade incontrolável por atenção em vez de focar em solucionar os seus incômodos emocionais.
O que você precisa entender
É impossível controlar as pessoas.
Cada um sabe o que é melhor para si e tem desejos próprios, os quais podem levá-los a percorrer uma diversidade de caminhos ao longo da vida. Você pode ter amizades íntimas ou estar em um relacionamento considerado sólido, mas não controlar os sentimentos ou prever os comportamentos dessas pessoas.
Essa falta de conhecimento faz parte da vida. Se uma pessoa querida decidiu se mudar para longe ou o seu relacionamento não deu certo, não significa que você é o problema ou vai passar a vida toda sozinho. Sempre haverá mais oportunidades de relacionar-se.
Para lidar com o desconhecido, é preciso fortalecer a sua capacidade de adaptação às mudanças e voltar o olhar para o seu interior. Ter relacionamentos é importante, mas cuidar de si mesmo é ainda mais!
Como cultivar bons relacionamentos
O segredo para manter bons relacionamentos durante a vida é começar com o relacionamento com você mesmo. Quando você é confiante e seguro de si, não corre atrás de migalhas de amor de outras pessoas. Não sabe como fazer isso? Veja as dicas abaixo.
1. Aprenda a gostar de você
Fortalecer a sua autoestima é o primeiro passo para firmar um bom relacionamento amoroso, e fazer amizades saudáveis. O carente afetivo raramente percebe as próprias qualidades ou se valoriza. Ele é o primeiro a apontar o que há de errado com ele, relembrar os seus fracassos e se colocar como a vítima dos acontecimentos.
Pense por um segundo.
Por que você tem essa necessidade de estar sempre com o outro? O que o impede de aproveitar a sua própria companhia? Você está fugindo de si mesmo? É possível sentir-se pleno, amado e compreendido apenas ao ter uma boa relação consigo mesmo. Você não precisa do outro para ser completo.
Além do mais, quando você se ama, você se fortalece. Você consegue lidar com desafios com a cabeça erguida e não ceder às pressões externas. Isso tudo porque você consegue encontrar a forçar dentro de si mesmo.
2. Construa a confiança no relacionamento
Os relacionamentos duradouros são repletos de confiança.
Quando você desconfia do parceiro, vive atrás de evidências de traição e em busca de razões para ele ou ela partir. Pode chegar até a transgredir as barreiras da privacidade, bisbilhotando no celular alheio ou em pertences pessoais. Deste modo, não consegue aproveitar os momentos bons nem criar lembranças calorosas do relacionamento para remanescer no futuro.
Para que estar em um relacionamento se for para sofrer desse jeito?
Confiar no parceiro é fundamental para não afastá-lo com inseguranças descabidas. A confiança desvia o foco do desagradável e o direciona para o agradável. Entretanto, caso você desconfie que algo estranho realmente esteja acontecendo, converse com o parceiro diretamente e não banque o investigador.
3. Questione a sua necessidade por atenção
Como dito, reflita sobre o que o impede de ficar sozinho. Como você se sente quando está com alguém e sem companhia? Compare ambos os cenários para descobrir quais sentimentos atuam como empecilhos para você encontrar a felicidade sozinho.
Em seguida, pense no que você tanto busca no relacionamento com outras pessoas. Além de carinho, você deseja ser aceito, receber validação externa, ser compreendido, fazer parte de um grupo e/ou ser amado? Identificar os porquês pode ajudá-lo a descobrir por onde começar o seu processo de amar a si mesmo.
4. Veja as suas necessidades como prioridades
Será que você já se colocou em primeiro lugar?
As suas necessidades merecem ser sanadas e não somente através da companhia e/ou ajuda de outra pessoa. Existem diversas formas de satisfazer suas necessidades sociais, físicas, intelectuais, profissionais, emocionais, entre outras, e que não exigem a presença ou aprovação de terceiros.
Transformá-las em prioridades também implica o direito de recusar pedidos absurdos ou não fazer algo contra a sua vontade. Se você se sente desconfortável perante algum pedido do parceiro, pode negá-lo sem medo, mesmo se ele ficar incomodado.
Aproveite oportunidades como essa para certificar-se das intenções dele. Em relacionamentos sadios, compreende-se quando o outro não está confortável e não são feitas pressões para convencê-lo a agir em desacordo com seus desejos.
5. Peça ajuda
Se você não consegue compreender a origem da carência afetiva nem quebrar antigos padrões comportamentais, busque ajuda profissional para aprender a controlar as suas emoções e a não aceitar tratamentos desrespeitosos. Na terapia, com a ajuda do psicólogo, você vai descobrir porque se sente dessa forma e como superar a dependência emocional.
A terapia de casal também pode ser útil para curar a relação atual, especialmente se o seu parceiro demonstrar estar incomodado com tamanha carência.
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